XVI Assembleia de Párocos Dehonianos

De 9 a 11 de Fevereiro de 2015, realizou-se no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, a XVI Assembleia de Párocos Dehonianos. Participaram 31 religiosos scj, na sua maioria empenhados pastoralmente em paróquias, reitorias, capelanias, vindos das mais variadas proveniências – das dioceses de Angra do Heroísmo, Algarve, Aveiro, Coimbra, Funchal, Lisboa e Porto – e, num ambiente familiar e fraterno, refletiram sobre o tema «A Paróquia e a Vida Consagrada: chamados a levar a todos o abraço de Deus», em sintonia com o convite do Papa Francisco para este ano.

Dom Manuel Quintas, com a sua intervenção «Discípulos missionários: dificuldades, motivações e desafios à luz da EG, no ano da vida consagrada», abriu os trabalhos desta Assembleia. Referiu que no início do ser cristão e da missão não está uma decisão ética ou uma grande ideia, nem sequer um território definido, mas ela nasce do encontro pessoal com Jesus Cristo. No entanto, para tempos novos, são necessários métodos novos e novas atitudes, em que o ícone missionário por excelência é o Bom Pastor, acentuando que Ele é o rosto da proximidade de Deus para a humanidade.

Sublinhou ainda que a evangelização é tarefa de todo o cristão. E, apropriando-se da  linguagem da aviação, identificou aí alguns elementos, cotejando-os:

·     pista de descolagem – estilo e método audaz e criativo; partir do coração do Evangelho primeireando;

·     saída – a tensão entre o regressar (acédia, mundanismo e comodismo) e ir em frente (periferias e novos cenários). Como consagrados – reconhecimento da identidade própria: e, sem medo, descolar, abrindo-se  à novidade do Reino numa atitude de conversão.

Num segundo momento, com o Dr. Carlos Liz, desenvolvemos o tema «Trabalhar em equipa e planificação pastoral». Apresentou-nos uma proposta de chave-de-leitura baseada em três  conceitos: identidade (o ponto de diferenciação), compatibilidade (uma missão define-se melhor quando se é capaz de trabalhar com os outros) e finalidade (para quê e como faço isto?). Partindo de uma nova realidade social em que as  novas tecnologias de comunicação ocupam um espaço tão relevante, não podemos estar de fora deste novo paradigma. Constatamos que quanto mais a sociedade progride na comunicação mediada tanto mais precisa de comunicação física. Não faz sentido a hipótese de cisão entre estas duas esferas que se complementam e que devemos utilizar.

Em grupos de reflexão, realizámos um exercício de aplicação pastoral, face às novas tendências sociais que a investigação empírica nos faz observar: a descoberta das tecnologias da mobilidade tão emocionais; a desconstrução do tempo e o valor do dia especial; a apropriação do espaço público e o novo gratuito; o novo nível de qualificações e o cosmopolitismo; o impulso para a participação, para a edição partilhada; a valorização da proximidade e a redescoberta do vizinho.

No encerramento dos trabalhos, o Pe. Armando Baptista destacou a pertinência da nossa pastoral paroquial e, referindo as palavras de Bento XVI, afirmou que o padre é “aquele que procura Deus permanentemente, no meio dos seus irmãos, para suscitar neles o desejo de Deus”, ao estilo do padre Dehon.

Em clima de formação permanente, porque ninguém nasce ensinado e nunca é tarde para aprender, como religiosos dehonianos ao serviço da Igreja local, temos a certeza de que Cristo está connosco. Antes de levar o abraço de Deus aos outros é preciso deixar que Deus nos abrace!

Comissão para a Pastoral Paroquial

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