Crónica do XV Capítulo Provincial
Na manhã deste dia 22 de Novembro, em Alfragide, teve início o XV Capítulo Provincial dos Dehonianos em Portugal. Servem de inspiração as palavras de Simão a Jesus: «porque Tu o dizes, lançarei as redes» (Lc 5,5). Entre o cansaço dos companheiros e o sucesso da pesca, é sugestiva – também para nós, hoje: a escuta, a disponibilidade a tentar de novo e o risco de lançar as redes numa hora muito improvável.
Partindo das Constituições, que reclamam uma «conversão permanente para acolher o hoje de Deus», as comunidades dehonianas iniciaram, em Janeiro, um processo de escuta e participação que resultou num documento de trabalho, que agora os 31 participantes recebem como orientações para a definição de estratégias e prioridades.
Antes de se iniciarem as dinâmicas de trabalho – próprias do processo capitular –, o dia de hoje foi dedicado ao silêncio e à meditação, a partir de notas e interrogações apresentadas pelo jesuíta, José Frazão Correia. Convocou Inácio de Loyola, João XXIII, Francisco, Enzo Bianchi, Ghislain Lafont, Tomáš Halík, Christoph Theobald, entre outros, para nos recordar a importância de: termos clara a definição de «fim» e de «meios»; identificarmos os sinais dos tempos; trabalharmos uma liberdade pessoal e institucional que possibilite criatividade e risco suficientes para encarnar o carisma recebido no tempo presente, em forma de um «estilo», a exemplo de Jesus na sua «hospitalidade radical». Talvez o tempo presente esteja a pedir-nos, em Igreja, mais do que a reduzir o evangelho a um conjunto de enunciados, ou afirmações, à prática – ainda que silenciosa – da hospitalidade, da cordialidade, da misericórdia, de um modo de vida compassivo.
Este é o tempo favorável. Este é o estilo de vida que queremos e que nos identifica como discípulos do Coração de Jesus. Como havemos de concretizar? Essa é a pergunta que nos vai dar muito trabalho até ao último dia de Novembro.
O Capítulo é o órgão mais competente para a definição de estratégias, semelhante, na sua estrutura e na sua finalidade, aos congressos dos partidos políticos. Acontece, habitualmente, a cada 6 anos para preparar, também, o Capítulo Geral, onde se definem estratégias para a Congregação e onde se elege o Superior Geral.
António Pedro Monteiro