Avançamos, fazendo memória do caminho percorrido. Foi o segundo dia

Crónica do XV Capítulo Provincial

Neste segundo dia de Capítulo Provincial a jornada começou com a oração de Laudes. Sabemos que sem Deus nada podemos fazer. É Ele a razão de ser da nossa obra e missão. Seguiu-se a abertura de trabalhos para este dia:

  1. Leitura e aprovação das atas do dia anterior.
  2. Leitura do Relatório do Superior Provincial sobre da Vida da Província.
  3. Trabalho de grupos para refletir sobre o relatório do Superior Provincial seguido da partilha dos mesmos pelos capitulares e subsquente debate de ideias para desenvolver ao longo do Capítulo Provincial.

 

Durante a manhã o Superior Provincial apresentou e leu, em traços largos, um longo relatório em que fez uma abordagem geral da vida da Província, do percurso feito desde a realização do XIV Capítulo Provincial Extraordinário, realizado de 7 a 12 de abril de 2019, sob o tema: Comprometidos e enviados em Missão, até à atualidade. O relatório referiu-se às atividades realizadas nos últimos 4 anos e às avaliações do Pe. João Nélio Pereira durante o período abrangido pelo seu mandato como Superior Provincial, iniciado no dia 1 de julho de 2021. Além do anterior Capítulo Provincial, teve em conta os seguintes parâmetros: o trabalho de preparação deste Capítulo feito pela Província; as impressões das suas visitas às comunidades; as conclusões do Superior Geral no final da Visita Canónica à Província e as conclusões dos Encontros da COSENEUR (Conferencia dos Superiores das Entidades da Europa).

O relatório apresentado dividiu-se em duas grandes partes: uma que se refere ao âmbito da Congregação e outra que nos fala da Província.

Em relação à Congregação o Superior lembra-nos que, como dehonianos, fazemos parte de um corpo maior ao qual devemos amor e fidelidade. Essa ligação manifesta-se de muitos e variados modos: comunhão e comunicação entre a Província e a Cúria Geral; visitas do Superior Geral aquando dos 75 anos de Presença SCJ em Portugal e visita canónica (2023); atenção aos documentos emanados da Cúria Geral, participação em eventos formativos e didáticos da Congregação; encontros internacionais de comissões pastorais e superiores maiores; colaboração internacional a nível humano, pastoral e material; relação especial com a Província Espanhola (semanas ibéricas, formação de confrades, pastoral universitária etc); evangelização e ação missionária; JMJ 2023.

Relativamente à Província o Pe. João expôs a história recente do que tem marcado a nossa vida, as nossas comunidades, a nossa sociedade e a Igreja em Portugal. Assim sendo, destaco os seguintes aspetos: pandemia Covid 19 e seus efeitos na Igreja e na sociedade; transição de governos provinciais; Jubileu dos 75 anos da Província; relatório da Comissão Independente sobre os abusos sexuais na igreja católica em Portugal; realização da JMJ; guerras e catástrofes que afetam os homens e mulheres do nosso tempo; a real situação da Província em número de confrades, comunidades (15), paróquias (29), colégios, missionários ad gentes, defuntos, jovens em formação, ordenações; estruturas de governo e animação provincial; avaliação de como se realizou as prioridades estabelecidas pelo último capítulo provincial; formação inicial e permanente; situação e missão atual das diversas estruturas da Província, projetos em curso e futuro; Obras ABC, ALVD e Família Dehoniana. O último ponto ressaltado foi sobre os desafios para a Província no presente e no futuro: superação da dispersão e do individualismo; vida comunitária; novo paradigma vocacional; trabalho pastoral em equipa; sustentabilidade; trabalhar em Igreja de forma sinodal; JMJ; cuidar uns dos outros e dos mais idosos; internacionalidade.

Depois do trabalho de grupo e debate acerca do que atrás foi dito, a Assembleia Capitular aprovou com entusiasmo e por unanimidade o relatório do Superior Provincial. Encerramos a tarde com a Eucaristia presidida pelo Pe. Juan José Arnáiz, Superior Provincial de Espanha. Termino esta crónica, citando a conclusão do relatório do Pe. João:

Os tempos de transformação em que nos encontramos, exigem da nossa parte abertura, diálogo com o mundo, formação qualificada, consistência e maturidade humana e espiritual. O mundo mudou e, por isso, as nossas escolhas pastorais também terão de passar por um processo de transformação a começar pelas paróquias dehonianas e a terminar nas comunidades religiosas dehonianas mais remotas.

A sociedade já não se compadece de imagens idealizadas da vida religiosa. Hoje, temos de ser testemunho de autenticidade, de tolerância, de alegria, de amor à humanidade e de luta pela justiça. A vida comunitária é o laboratório onde se testa a nossa capacidade de sermos parte desse mundo novo.

Joaquim António Magalhães

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