Dia 3 de Agosto, escrevo esta última crónica a partir de Portugal, já com algum descanso!
Parecia que a crónica tinha parado no tempo… mas o problema foi mesmo o tempo para escrever nestes últimos dias! Agora sim… posso escrever com calma.
Neste dias vivemos intensamente os dias das JMJ em Cracóvia. Na quinta-feira a receção ao papa, na sexta-feira, a via-sacra, estes 2 momentos no centro de Cracóvia em Blonia! Uma cidade apinhada de jovens de todas as nacionalidades! É de destacar a via-sacra com textos profundos, complementados com quadros encenados fora de série, lindíssimos… e concluídos de forma magistrar pelas palavras do papa aos jovens! Nestes dias não foi fácil a deslocação no centro de Cracóvia, com ruas interrompidas por motivos de segurança pela passagem do papa.
No sábado logo pela manhã celebramos a eucaristia em Stadniki com todos os jovens dehonianos e iniciamos a nossa aventura rumo ao “Campus Misericordiae”, onde aconteceriam a vigilia de oração e a missa de envio.
Depois das últimas recomendações iniciamos a nossa peregrinação, que incluía uma caminhada de 6 km até ao campus. Entre este êxodo juvenil não foi fácil manter a unidade do grupo (250 pessoas)… mas lá chegamos à conta de Deus.
Era então tempo de ocupar o nosso sector e marcar o nosso território, o que também não se revelou tarefa fácil, pois era necessário ter o espaço para as nossas coisas, espaço para dormir e conceder lugares de passagem entre a multidão. Vira daqui e vira dali e conseguimos montar o nosso estaminé. UFF!
Então sim estávamos preparados para a vigília de oração que teve momentos de testemunhos, adoração eucarística e uma celebração da luz.
A noite no campus não concedia muito espaço para o descanso… tendo sempre como pano de fundo conversas, cânticos ao som de tambores e guitarras! Cada qual descansou como pôde!
Pelas 6h da manhã o campus já estava em alvoroço e começava o êxodo às necessidades primárias e também a deslocação dos sacerdotes para a concelebração da Eucaristia com o papa. Às 9h dava-se início à Eucaristia de envio que encerrou estas Jornadas Mundiais da Juventude, ficando já marcado na agenda o próximo encontro que será em 2019 no Panamá!
Por fim começava a missão quase impossível de regressar a Staniki, pois a deslocação de mais de 2 milhões de pessoas ao mesmo tempo, embora que por diversas estradas não era fácil. Chegar até o autocarro foi muito mais difícil do que uma simples caça de Pokémons… tivemos de encontrar vias alternativas entre terra e lama, com a chuva a dar um ar da sua graça. Mas nada que não se consiga fazer quando a solidariedade e entreajuda mantinha o grupo unido!
Conclusão: às 17.30h chegávamos ao nosso poiso em Staniki! Nesse momento entre despedidas, abraços e beijos, muita água correu de muitos olhos, quer das famílias que acolheram os jovens, quer dos jovens que não queriam arredar pé para as suas casas!
Em jeito de conclusão final de todo este encontro ficam algumas considerações importantes:
– em primeiro lugar o grande obrigado aos nossos confrades polacos que organizaram este encontro da melhor forma possível. E salientando de modo muito especial os voluntários jovens dehonianos da Polónia que foram incansáveis na atenção a cada grupo;
– em segundo lugar, foi importante termos esta consciência de família, unida numa mesma espiritualidade dehoniana, e que em todo o mundo vivem o mesmo ideal;
– e por último, esta experiência das JMJ permitiu ver uma Igreja alegre e jovem à volta do seu pastor. As palavras do papa em cada momento de encontro foram verdadeiramente proféticas e valerá a pena voltarmos a elas.
Tal como o papa Francisco dizia no final do encontro as jornadas não acabaram… mas começam no preciso momento de regresso a casa, levando o testemunho cristão para a vida quotidiana!
Pe. Juan Noite