Notícias de França: o calor humano abafa o frio

Hoje, 16 de Dezembro, faz três meses que cheguei a estas frias terras do Nordeste da França. Frias no que a temperaturas diz respeito, porque em relação ao acolhimento e amabilidade das pessoas, não há por que reclamar. Mas a própria cidade de Metz, com as belíssimas iluminações e decorações natalícias, parece ter por estes dias outro encanto e calor.

A comunidade religiosa Dehoniana é, como sabeis, maioritariamente vietnamita – 7, entre padres e estudantes; os outros 4 somos europeus: um luxemburguês, dois franceses e um português. Vamo-nos adaptando uns aos outros, tentando acolher com fraternidade e compreensão as diferentes formas de pensar, de sentir e de viver. O meu trabalho de formador vai correndo bem, apesar de nem sempre ser fácil a comunicação, dado o limitado conhecimento da língua francesa por parte de alguns dos estudantes.

O meu trabalho nas paróquias vai bem, cada vez com mais atividade. São também cada vez mais os portugueses que vou encontrando nas celebrações, sobretudo ao fim-de-semana. Nas tardes de Domingo que tenho livres vou rezar o terço com a comunidade portuguesa e no primeiro Domingo do mês celebro missa com eles: foi assim que no dia 1 de Dezembro celebrei pela primeira vez em português por estas bandas.

Dada a proximidade do Luxemburgo, de vez em quando dou um saltinho ao Grão-Ducado, como aconteceu ontem. O capelão da comunidade vietnamita é um dos padres da nossa comunidade e os nossos estudantes participam habitualmente nas celebrações mensais da comunidade. Ontem houve a missa das comunidades estrangeiras, na catedral, presidida pelo arcebispo da diocese e animada pela comunidade vietnamita. Acompanhei a comitiva, concelebrei, encontrei muitos portugueses, entre os quais o sacristão principal da catedral. Como não podia deixar de ser, no final da missa fizemos uma visita a um dos “marchés de Noël”, para experimentar o inevitável “vin chaud” – e soube muito bem, tal era o frio!

Pus, entretanto, ponto final aos meus compromissos de estudante em Paris, com a cerimónia de entrega dos diplomas, no passado dia 5. Foi um dia muito festivo para os 183 “mestres” da Faculdade de Ciências Sociais e Económicas (FASSE). Uma curiosidade: entre tantos franceses, foi este português que fez o discurso final em representação da turma. Foi uma bela experiência que chegou ao fim.

Ao fim vai chegando também este tempo de Advento. Aproveito por isso para desejar a todos um Santo Natal e um novo ano repleto das melhores bênçãos de Deus.

José Agostinho F. Sousa, scj

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