Deus chama, o homem responde. Assim se pode resumir a caminhada vocacional até ao sacerdócio. Um “sim” generoso e diário a Alguém que chama e envia. Assim, após dezasseis anos de discernimento vocacional, temos a graça de receber um novo sacerdote: o padre Flávio Gouveia.
A ordenação presbiteral foi precedida por um tríduo de preparação (23 a 25 de Julho) espiritualmente muito rico e vivido de forma muito intensa, quer pelo novo sacerdote e sua família, quer pelos confrades e pela comunidade paroquial do Porto da Cruz, donde é natural o Pe. Flávio.
Na terça-feira o Pe. Juan Noite, que presidiu à eucaristia, debruçou-se sobre o cariz missionário da Igreja, partindo do lema escolhido para este primeiro dia do tríduo: “Ide e fazei discípulos entre as nações” (Mt 28,19). Aqui, o neo-sacerdote teve a oportunidade de apresentar algumas experiências vividas ao longo dos dois anos em que esteve na missão de Angola, assim como o testemunho de outros dois leigos que fizeram uma experiência missionária através da ALVD.
Na quarta-feira foi a vez do Pe. Leandro Garcês presidir à celebração eucarística, e debruçou-se sob a vocação como chamamento de Deus a uma missão, partindo do lema escolhido para este dia: “Não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi e vos nomeei para irdes e dardes fruto” (Jo 15,16).
A vigília de oração, no dia em que se festejava o apóstolo São Tiago, sob a presidência do Pe. Eduardo Pereira, encerrou este tríduo de preparação e teve como lema: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da messe para que envie trabalhadores para a sua messe”. Foi um momento de oração e adoração ao Santíssimo Sacramento e que contou com alguns testemunhos vocacionais de algumas pessoas consagradas.
No sábado, por volta das 10h00, na Sé do Funchal, D. António Carrilho ordenou três novos sacerdotes: os padres Pedro Nóbrega e Rui da Silva, diocesanos, e Flávio Gouveia, Dehoniano. Numa cerimónia bonita e digna do acontecimento o bispo diocesano exortou, durante a homília, os novos sacerdotes a serem verdadeiros apaixonados de Deus e do seu povo, aparecendo, ante o contexto do mundo atual, como Sacramento de Cristo, diante de todos, mas sobretudo diante daqueles que mais precisam de ajuda e que vivem triste e na solidão.
A Missa Nova do Pe. Flávio aconteceu na paróquia do Porto da Cruz, no dia a seguir à ordenação presbiteral. Contou com a presença de muitos confrades que quiseram estar próximos do novo sacerdote, assim como de muitas outras pessoas que não quiseram perder este momento de manifestarem publicamente a sua alegria pelo dom da vocação que Deus concedeu ao Pe. Flávio. Este, na sua primeira homilia, destacou a importância da oração que é um alimento de importância vital para todos, e o desafio à confiança total em Deus, que atua sempre, mesmo nos momentos mais sombrios do dia-a-dia.
Seguiu-se um momento de convívio à volta da mesa onde, através da partilha de uma refeição, se cumpriu uma vez mais o desejo de Cristo: que todos vivessem como irmãos e partilhassem a alegria de dividir o alimento.
Nuno Pacheco, scj